Anotações sobre sonhos 02

Muito mais do que um olho, esse foi o preço. Tudo é a medida de nada, ele me disse. O velho sentado na esquina sabe coisas sobre as estrelas. Ele ri quando olha para baixo, mas quando fala não olha para cima.

Apesar de sumir, sempre se encontra. Sempre tem alguém querendo ouvir. 

Falar demais é o preço.

Era uma figura muito engraçada, mas talvez essa não seja a palavra.

Ele sabe quanto tem sem olhar e volta a dizer o que ninguém sabe como escutar.

mais do que tudo, é um cavalheiro. Desses que nunca existiram. 

Quem teria coragem de chegar perto sem sentir-se envergonhado?

No papel fica tudo guardado. O que há de pior fica aprisionado.

mais à frente vem a resposta fora do alcance.

Não sei brincar de ser feliz. Isso é coisa séria.

Mais uma vez tudo começou de modo inesperado.

O caminho estava turvo. Nada era muito claro.

A única coisa que eu tinha certeza era de que ele era perigoso.

Alguns rostos eram conhecidos, mas isso não quer dizer que eram de amigos.

Eu só lembro bem do lodo.

Em meio ao caos, eu fiz algo de bom. Não lembro o que foi.

Apesar disso, os velhos fantasmas se recusaram a ir embora.

Foi quando alguém disse uma frase que me fez entender tudo e acreditar. Por um momento todas as nuvens foram embora, todos os fantasmas fugiram.

Eu era outra pessoa depois de ouvir aquela frase libertadora que eu não consigo me lembrar qual era.